Nosso trato gastrointestinal é habitado por inúmeras espécies de bactérias que compõem a microbiota intestinal – conhecida erroneamente como flora intestinal – e exercem um papel importantíssimo na nossa saúde.
O corpo humano transporta cerca de 390 trilhões de microrganismos nos seus intestinos (3,9 x 1013)[2], 1,3 vezes maior do que o número total de células humanas no corpo (3,7 x 1013)[2]. Contrariando o mito de que nosso corpo humano possui 10 vezes mais bactérias que células humanas [3][4][5][6][7]. As atividades metabólicas desempenhadas por estas bactérias se assemelham aos de um órgão, levando alguns a comparar bactérias do intestino a um órgão “esquecido”.[8] Estima-se que esta microbiota intestinal tem cerca de cem vezes mais genes, no total, dos que existem no genoma humano.
A relação entre o indivíduo e sua microbiota é chamada de mutualismo, o que significa que esta relação é vantajosa para ambos. Enquanto provemos a elas um ambiente propício para a sua sobrevivência, elas nos fornecem proteção contra patógenos, síntese de vitaminas, absorção de nutrientes e digestão. Também podemos dizer que elas são comensais ou simbiontes, pois convivem conosco de forma harmoniosa quando em equilíbrio.
A composição da microbiota intestinal é única em cada indivíduo, composta por bactérias distintas, em sua maioria não patogênicas, que são herdadas do hospedeiro, adquiridas no nascimento e ainda definida pelas características ambientais, como a idade e os hábitos alimentares. Nossa alimentação pode afetar a sobrevivência e metabolismo dessas bactérias, causando alterações no padrão de colonização bacteriano.
A alteração na composição da microbiota pode estar associada a várias doenças ou disfunções como as disbioses, que são caracterizadas por apresentar uma diversidade bacteriana reduzida, alteração entre os filos, poucas marcadoras de saúde, bactérias patogênicas, muitas bactérias inflamatórias.
Porque as bactérias intestinais impactam diretamente na saúde, bem estar e longevidade dos indivíduos. A microbiota intestinal atua na absorção de nutrientes e medicamentos, além da síntese de vitaminas, como do complexo B e K. Ela também modula o sistema endócrino e com isso acaba influenciando o metabolismo do indivíduo. Modula também o sistema imune, ou seja, mantém a microbiota em equilíbrio ajudando a proteger contra microrganismos patogênicos.
Além disso, a microbiota intestinal também produz neurotransmissores que atuam no Sistema Nervoso Central, podendo influenciar em diversos aspectos da saúde, desde o comportamento até o próprio metabolismo. Assim, como as alterações na microbiota podem estar envolvidas em determinadas patologias e influenciar de forma significativa o bem estar do hospedeiro, é aconselhável acompanhar e entender sua composição, buscando indicadores da manutenção da saúde.
O exame coprológico funcional é crucial para avaliar a saúde do sistema digestivo, fornecendo informações detalhadas sobre a digestão, absorção de nutrientes e saúde da flora intestinal. Ele ajuda a identificar problemas como má digestão, má absorção, infecções intestinais e desequilíbrios bacterianos.
Importância do Exame Coprológico Funcional
Coprologia Funcional é um exame não invasivo que, através de minuciosas provas de digestibilidade macro e microscópica, químicas e físicas, fornece elementos visando o estudo da fisiopatologia digestiva. Sendo assim, oferece subsídios valiosos para o diagnóstico clínico das diversas síndromes que podem acometer o trato gastrointestinal.
Os resultados do exame coprológico funcional podem levar o clínico ao diagnóstico de eventuais distúrbios funcionais gastroentéricos, estabelecendo síndromes coprológicas como: insuficiência gástrica, insuficiência pancreática, insuficiência biliar, putrefação, fermentação hidrogenada, síndrome fecal e do íleo, constipação, colites e deficiência de dissacaridase intestinal, parasitas intestinais, etc
Assim, o procedimento oferece uma visão detalhada sobre a saúde intestinal e ajuda os médicos a adotar o tratamento mais adequado para cada caso.



