O mal de Alzheimer é uma das doenças mais temidas pelas pessoas que estão avançando em suas jornadas, já que o índice de incidência pode chegar a trinta porcento da população acima dos oitenta e cinco anos, e a cura ainda não foi encontrada.
Ao invés das pessoas aproveitarem a terceira idade e celebrarem por estarem alcançando o privilégio de uma vida longa, elas sofrem pelo medo do que podem vivenciar.
Quem é que nunca se imaginou esquecendo de toda a sua vida aos poucos e dando trabalho aos seus entes queridos?
Perder a memória é, sim, algo aterrorizante. Esta perda acontece gradativamente, com o paciente ciente de que está com o cérebro definhando. É terrível. Não há outra opção, senão aceitar o processo que irá acontecer, sem que ele mesmo saiba como vai se desenrolar.
Quem é acometido(a) pelo Alzheimer começa a ter pequenos esquecimentos, fica confuso(a) e segue num declínio em diferentes fases, até se esquecer quem é. O conhecimento adquirido ao longo da vida é esquecido, bem como as próprias histórias e as pessoas que se ama. A estimativa de vida após o diagnóstico costuma variar de oito a dez anos.
Num estágio mais avançado, o paciente com Alzheimer pode ficar agressivo, porque se incomoda com seu próprio esquecimento, sente medo, se sente acuado, fica bravo com as pessoas ao seu redor, não compreende mais o que está acontecendo e quem é quem, até chegar ao último estágio, quando fica prostrado numa cama, sem fala, com dores e num vazio de memórias. É difícil para todos os envolvidos.
Tive uma paciente de noventa e oito anos com Alzheimer, mãe de um amigo, que já não reconhecia o filho ou qualquer pessoa da família. Ela também não saía de casa, embora morasse em frente à orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. O marido desta senhora vivia uma tristeza sem fim por testemunhar a perda de sua esposa todos os dias.
Seu filho se sentia triste e desesperançoso pela situação da mãe, já fazia dois anos que ele assistia sua piora lenta, mas a olhos vistos.
Então, ele recorreu ao tratamento com células-tronco e viu o milagre acontecer. Aquela senhora, uma artista que havia esquecido quase tudo de sua própria vida, seis meses após o início do tratamento, um dia olhou para o filho e o chamou pelo nome.
O filho quase deu um pulo de tanta alegria, mas não foi só isso:
— Eu quero ir à praia — ela disse.
Seu desejo foi mais do que uma ordem, foi como uma volta à vida.
Todos ficaram de olhos arregalados, sem saber o que fazer, nem como reagir.
O filho chorou e logo a obedeceu:
— Vamos para a praia, mãe!
Lentamente, eles conseguiram atravessar a rua para alcançar o pé na areia, onde a senhorinha toda feliz expressou um desejo:
— Eu quero comprar um chapéu!
E ela escolheu um chapéu e deu dicas para o vendedor sobre como deixar seus outros produtos ainda mais bonitos.
Sabemos que essa doença ainda não tem cura, mas esse exemplo do uso das células-tronco é só mais uma prova do quanto podemos regredir processos degenerativos e de envelhecimento, trazendo qualidade de vida, mesmo a quem está na fase final de sua vida.
Todos iremos morrer um dia, mas até lá podemos escolher como iremos passar por nossos processos.
A mãe do meu amigo não teve apenas um episódio de melhora, mas ela regrediu seu estado de deterioração, trazendo qualidade aos seus dias e alegria a ela mesma e a toda família.
Qual o significado de ver uma pessoa que você ama se lembrando de quem ela é, após dois anos dentro de um processo de esquecimento?
Mesmo que você ainda seja jovem, já pode olhar para essa informação e perceber a sua devida importância, uma vez que todos seguimos pelo mesmo caminho.
Nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos. Entre o início e o fim, aquilo que fazemos no dia a dia e assumimos como hábito nos permite ter uma vida de qualidade ou não. E o acesso à saúde e à informação depende do quanto você se abre para o conhecimento.
A preocupação com a saúde deve ser algo inerente a você, as decisões que toma no dia a dia sobre a sua alimentação, exercícios físicos, remédios, vitaminas, abrir mão de vícios e alimentos nocivos, bem como se informar sobre tudo aquilo que faz bem e previne o envelhecimento e toda e qualquer doença.
Viver bem é uma escolha!



